“Design Thinking já era!”
Essa frase ouvi há poucos dias de um especialista em Marketing. Simples e direto, assim.
Como você reagiria?
Eu fiquei literalmente “no ar”, tive a sensação de estar em uma realidade paralela (sabe aquelas cenas de ficção?). Como assim? Já era? O especialista tentava me avisar que Design Thinking saiu da moda e, portanto, não mais ninguém interessado em saber sobre isto. Provavelmente, deve haver outro tema na moda, com maior apelo ao grande público. Pelo menos a um público voltado para novidades, aquele que quer seguir o que todos estão falando ou, pelo menos, ficar informado sobre o que muitos comentam.
Voltando ao chão: o que é mesmo Design Thinking? É pensar como um Designer. Isso significa muitas coisas, como observar as melhores práticas de que consegue se colocar no lugar do cliente e projetar soluções que, de maneira simples e disruptiva. É pensar colaborativamente e com uma visão transdisciplinar. Isso já não tem mais lugar na geração de produtos ou serviços?
Há uma clara diferença entre a inovação e o modismo
Tudo muda o tempo topo, isso é natural. A inovação está à frente desse processo, preocupando-se com a aplicação de ideias criativas e opondo-se a mera descoberta de algo novo. O que não é natural é adotar o descarte de experiências como uma regra. Sim, alguns procedimentos consagrados podem perder o seu lugar de destaque, mas nunca por uma necessidade de te trazer o novo pelo novo.
Nesse ponto é importante recordar que o Design Thinking não é uma técnica, é um conjunto delas vinculadas com as características descritas na Figura 1. A escolha da técnica apropriada vai depender das fases definidas no seu modelo, das características do problema e do cliente.
O modismo está voltado a passar a ilusão de que você precisa de algo novo e que, tudo que sabia até agora, ficou para trás. O modismo traz experiências que já chegam com prazo de validade, pois logo logo uma nova palavra de impacto deve ser oferecida para venda. É uma mudança por uma mera necessidade de ter algo “moderno” para vender.
Um bom exemplo de inovação é fazendo algo diferente diante de novas oportunidades e aproveitando as práticas de sucesso em novos contextos. Então, como “pensar” não saiu de moda e “designers “de soluções continuam indispensáveis, é muito promissor questionar : o que aprendemos com a aplicação do Design Thinking na Engenharia de Requisitos? Sim, não é desejável ficar no mesmo lugar, evoluir é necessário! Podemos reunir, então, as melhores práticas atuais e ter uma inovação proveitosa: Design Thinking 2.0 da Análise de Requisitos. Essa inovação merece ser apresentada, discutida e aprimorada.
Como fazer isso? Amadurecendo o conhecimento atual com um processo de reflexão, investigação estruturada e com um processo de validação isenta. Essas características são bem praticadas pela Ciência e por pesquisadores experientes. Eles se opõem a mera reprodução de dados que vieram de terceiros, sem uma crítica aprofundada e sem uma ligação prática com a realidade.
Então, vamos renovar o conhecimento em REde?
Ou você acredita que Análise de Requisitos já era?
Roberto Paldês é pesquisador em Engenharia de Requisitos e professor universitário. Tem graduação e pós-graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Cursou o Mestrado em Educação e o MBA em Gestão Pública. Leciona na Graduação no Cursos de Administração e no Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do UniCEUB. Na mesma instituição é professor e coordenador dos Cursos de Pós-Graduação presenciais: MBA em Gestão Empreendedora em Projetos, MBA em Logística, MBA em Gestão Pública. Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0464191770045460 . Endereço no Linkedin https://www.linkedin.com/in/roberto-paldês-54a625a4