Qual o termo mais apropriado a utilizar: Regras de Negócio ou Regras de Execução? A questão já foi abordada inicialmente na postagem do Eduardo Castro. Vamos aprofundar as informações prestadas e justificar a escolha dos termos pelo método Orientado a Negócios.
Na Engenharia de Requisitos de Software encontramos de forma predominante o termo Regra de Negócio. As Regras de Negócio são entendidas como a expressão das políticas de uma organização que orientam as condições para executar um processo. Como explicado por Eduardo Castro: “As Regras de Negócio descrevem as necessidades do ponto de vista da organização e das suas normas. São premissas e restrições aplicadas a uma operação comercial de uma organização. ” Um exemplo de Regra de Negócio: a comissão mensal dos pagas aos dentistas deve ser igual ou menor que a comissão do seu chefe de departamento.
Assim é comum trazermos o termo Regra de Negócio quando vamos tratar da informatização de determinados processos de negócio. É preciso notar, entretanto, que não estamos falando exatamente da mesma coisa quando passamos a definir os Requisitos do Software. As Regras de Execução, portanto, estão voltadas para as condições em que uma ação do software deverá ser executada. Elas atendem as Regras de Negócio e complementam com condições a serem observadas pelo software. Exemplo de Regra de Execução: ao adicionar um novo dentista, o seu perfil será de inativo até a marcação da primeira consulta.
Recorde as etapas da Engenharia de Requisitos na abordagem orientada a Negócio (CASTRO et al., 2014) na Figura a seguir.
Para facilitar a diferença entre os dois termos, o método iRON adota como uma boa prática usar o termo Regra de Negócio quando estamos na etapa de Análise do Negócio. Nesse momento, estamos voltados para entender as características dos processos da empresa e quais serão as funcionalidades do software que automatizará esses processo.
No momento que passamos a trabalhar na automatização dos processos, a Definição dos Requisitos passa a tratar das Regras de Execução do software.
É uma prática importante, pois leva para o contexto correto a terminologia mais apropriada. E mais do que terminologia, estamos falando de identificação correta de características do negócio e do software.
Considere essas diferenças para aprimorar a qualidade do desenvolvimento de seus sistemas de informação.
Grande abraço!
Referência:
CASTRO, Eduardo; CALAZANS, Angélica; PALDÊS, Roberto; GUIMARÃES, Fernando. Engenharia de Requisitos: um enfoque prático na construção de software orientado ao negócio. Florianópolis: Bookess, 2014.
Roberto Paldês é pesquisador em Engenharia de Requisitos e professor universitário. Tem graduação e pós-graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Cursou o Mestrado em Educação e o MBA em Gestão Pública. Leciona na Graduação no Cursos de Administração e no Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do UniCEUB. Na mesma instituição é professor e coordenador dos Cursos de Pós-Graduação presenciais: MBA em Gestão Empreendedora em Projetos, MBA em Logística, MBA em Gestão Pública. Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0464191770045460 . Endereço no Linkedin https://www.linkedin.com/in/roberto-paldês-54a625a4