Qualquer meio é válido para te vender uma solução. Das páginas de notícia da Internet, passando pela publicidade urbana, pelas mídias impressas, redes sociais… nada escapa. Há sempre um produto um serviço com a mensagem explícita ou subliminar: pare de sofrer!
São lançados diariamente produtos e serviços maravilhosos! Temos acesso nas redes sociais à coisas que prometem tornar a nossa vida pessoal e profissional um grande parque de diversões! São dispositivos para seu carro, seu celular, sua casa, sua empresa, impressionantes na sua criatividade e/ou tecnologia.
Todos têm aquilo que vai fazer sua vida ficar melhor.
Mas a sua vida não vai piorar em nada se você não tiver aquela solução brilhante!
É preciso, portanto, notar que solução só tem sentido diante de um problema. Será que teu fornecedor te conhece? Ele já dedicou tempo para entender as tuas necessidades, carências, desejos, expectativas?
Para definir claramente o problema, podemos recorrer ao método Zopp (Ziel-Orientierte Projekt Planung). Em Português seria “Planejamento de Projetos Orientado por Objetivos”. Prefiro “traduzir” por Planejamento de Projetos Orientado por Problemas. Isso para extrair do valioso e abrangente método a Análise do Problema, parte que considero a grande contribuição: óbvia, extremamente útil e (ainda assim) muito esquecida.
Vamos partir de um problema central. Não, não vamos começar pela solução! Isso parece óbvio, mas em 98% dos projetos que acompanho as pessoas começam a discutir a solução nos primeiros 10 minutos…
Então vamos escolher um problema central hipotético:
Usando técnicas de visualização e prestigiando o trabalho participativo, o primeiro passo é construir uma Árvore de Problemas. Significa dizer, devem ser encontradas as causas e os efeitos negativos que elas geram. Poderia ser algo como:
Agora as respostas começam a fluir naturalmente. Para cada problema estabeleceremos uma meta para solução. Assim, agora teremos (com objetividade e rapidez) a Árvore de Objetivos: note que colamos as etiquetas amarelas dos objetivos sobre os problemas, revertendo os efeitos de negativos para positivos.
A partir daqui (e só então) podemos falar em ações concretas, pois já sabemos quais são os nossos objetivos. Notar que os objetivos estabeleceram as metas, não disseram como fazer. Para tanto, cada objetivo deverá gerar uma ou ações concretas. No desenvolvimento de sistemas, denominamos essas ações concretas de Funcionalidades (soluções da tecnologia da informação).
Fácil, não? Simples e intuitivo. O princípio fundamental foi atendido: primeiro deve-se entender o problema do cliente, para só então se discutir solução. E ela pode ser construída colaborativamente e com recursos de visualização.
Veja em seguida uma apresentação sobre o método Zopp aplicado à Engenharia de Requisitos na nossa apresentação no SlideShare.
Com o método, somos induzidos a “dar a martelada no lugar certo”. De forma intencional e profissional.
Conhece essa fábula? Veja agora, vai te ajudar a entender melhor tudo o que discutimos aqui.
Grande abraço.
Roberto Paldês é pesquisador em Engenharia de Requisitos e professor universitário. Tem graduação e pós-graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Cursou o Mestrado em Educação e o MBA em Gestão Pública. Leciona na Graduação no Cursos de Administração e no Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do UniCEUB. Na mesma instituição é professor e coordenador dos Cursos de Pós-Graduação presenciais: MBA em Gestão Empreendedora em Projetos, MBA em Logística, MBA em Gestão Pública. Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0464191770045460 . Endereço no Linkedin https://www.linkedin.com/in/roberto-paldês-54a625a4