O recente trabalho apresentado pelo prof. Roberto Paldes no WER 2017 – Workshop de Engenharia de Requisitos – realizado no mês de maio, em Buenos Aires, Argentina, traçou um perfil interessante do Analista de Requisitos nos últimos dois anos, no que se refere ao modelo de Competência caracterizado por Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Os resultados desta profunda investigação ajudam a compreender as reais necessidades do mercado brasileiro, a partir de cada um desses componentes.
Considerando, por enquanto, apenas o Conhecimento como o “saber”, ou seja, o que se adquire no decorrer da vida, nas escolas, universidades, cursos e outros, é possível identificar que cerca de 74% dos anúncios de oferta de emprego neste segmento está vinculado a cursos superiores na área de TI – Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da Computação, Sistemas de Informação.
O estudo comprova o que já se imaginava. Mas, e quanto a formação específica em Engenharia de Requisitos? Será que apenas a formação acadêmica é suficiente?
Voltando para o modelo de Competência, as Habilidades são definidas como o “saber fazer” ou a capacidade de realizar determinada tarefa. Em outras palavras, não basta o “saber” (conhecimento), mas a desenvoltura e experiência de colocar em prática, o que se sabe.
A pesquisa mostrou que as habilidades mais frequentes nos anúncios de oportunidades para trabalhar como Analista de Requisitos, totalizando 91%, são Planejamento, Competência metodológica, Utilizar técnicas e ferramentas, Boa comunicação escrita, Conhecimento do negócio, Boa comunicação oral e Visão ampla e generalista.
Faltou ainda, o último componente – as Atitudes. Este se relaciona ao “querer fazer”, aos comportamentos que temos diante de situações e das tarefas que desenvolvemos no nosso dia-a-dia.
Observa-se que Pensamento Analítico, Organização, Proatividade, Compartilhamento de Informação e Relacionamento Interpessoal foram as que obtiveram maior frequência, totalizando 75% das atitudes verificadas na amostra.
A conclusão do trabalho demonstra que os resultados obtidos ratificaram a análise bibliográfica. Ou seja, de uma forma geral, o que o mercado procura está de acordo com as competências do perfil do analista de requisitos citados em trabalhos acadêmicos. Mas as diferenças encontradas demonstram um “descompasso” entre e a oferta acadêmica e a demanda no Brasil.
Então, sabendo o que o mercado está demandando como perfil para o Analista de Requisitos, você considera que a sua formação foi adequada para exercer essa função?
Pausa para a sua reflexão…
Fernando Guimarães é coordenador e professor do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Também é professor do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Engenharia de Requisitos do UniCEUB, nas modalidades presencial e a distância. Graduado em Engenharia Elétrica, com especialização Eletrônica, pela UnB – Universidade de Brasília, fez especialização em Análise de Sistemas na UCB – Universidade Católica de Brasília. Possui Mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação pela UCB – Universidade Católica de Brasília. Possui Certificação PMP – Project Management Professional, pelo PMI – Project Management Institute e Certificação CBPP – Certified Business Process Professional, pela ABPMP – The Association of Business Process Management Professionals. Toda a atividade profissional exercida foi em Projetos de Desenvolvimento de Software e em consultoria em Gerenciamento de Processos de Negócios.
Endereço do Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5724480423308682
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