Claro que você tem!
Antes de decidir por minha carreira profissional, era comum eu ter contato com vendedores de diversos produtos de porta em porta. Nem sempre eram pessoas bem recebidas, pois muitos tinham uma técnica de venda muito agressiva: não deixavam você voltar para dentro de casa enquanto não comprasse o produto que ele oferecia. Diante desse cenário, as pessoas se escondiam em suas residências, ao mesmo tempo que proferiam pensamentos nada simpáticos para aquela situação. Pronto! Respaldado por minha juventude eu ainda não sabia qual profissão eu deveria seguir. Por outro lado, estava bem claro nas minhas convicções: Vendedor era última coisa que eu sonhava ser!
Anos depois, realizado no mundo do trabalho, o que eu me tornei? Um vendedor… De fato, somos todos vendedores: de ideias, sonhos, projetos, ideologias, produtos… Como Professor, por exemplo, eu tenho que vender diariamente minhas visões e experiências. Como desenvolvedor de software, tenho que vender meu projeto para clientes e investidores. Como criador de um serviço, eu tenho que vender minha inovação… e assim vai! Todos temos entender com precisão quais são os requisitos do nosso cliente.
Eu já sei o que meu cliente quer
Excelente! Então você sabe que cada cliente é único, exclusivo e que suas necessidades estão em constante mudança. Tudo muda o tempo todo… Os que estudam Engenharia de Requisitos estão continuamente aprimorando seus processos de identificação, modelagem e validação das necessidades do seu clientes. Dessa forma, esses são profissionais capazes de surpreender, encantar, fidelizar os novos e usuais consumidores.
Todos profissionais de sucesso aplicam a Engenharia de Requisitos
A Engenharia de Requisitos não é apenas para profissionais de Tecnologia da Informação
Também é. Os profissionais de TI estão estudando há cerca de 30 anos como aprimorar os processos da Engenharia de Requisitos. Isto porque há um risco muito real e presente: os projetos tendem a não atender as necessidades do negócio, das pessoas ou das organizações. Ao final de um longo e custoso trabalho é comum ouvir: “Não era bem isso que eu queria”. Assim alguns os projetos de TI ainda atrasam, superam em muito os custos previstos ou simplesmente são cancelados. É claro que excelentes avanços têm sido produzidos por essa área, precisando que a divulgação desses conhecimentos continue a chegar até a todos que dependem do seu resultado.
Diversos especialistas com forte atuação do mercado também têm estudado as experiências do usuário, as estratégias de design centrado nas suas expectativas e na geração de produtos inovadores (que atendam uma necessidade latente ou presente). As equipes de TI têm muito que aprender com eles e, temos a certeza, temos muito a compartilhar com nossos estudos.
Importante: sendo a nossa realidade social e tecnológica dinâmica, é preciso estudar e adaptar nossos conhecimentos e experiências às novas demandas: Sociedade 5.0, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Ética e Privacidade de Dados…. Temos que realmente praticar o Lifelong Learning (aprender a vida toda).
Benefícios de se praticar a Engenharia de Requisitos
Em síntese, podemos listar os seguintes benefícios de se estar alinhado com as reais necessidades dos nossos clientes:
- Maior qualidade das entregas
- Entrega de produtos que geram uma grande satisfação aos clientes
- Maior agilidade na produção dos resultados esperados
- Redução de custos com o retrabalho (evitar a “tentativa e erro”)
- Maior prestígio profissional para os envolvidos
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Não parece complicado…. mas não basta perguntar o que cliente quer
Em um primeiro momento parece que é muito intuitivo capturar e acompanhar as necessidades dos clientes. Apesar de existirem procedimentos e técnicas adequadas, diversos desafios estão presentes no trabalha da Engenharia de Requisitos. Entre os pontos que devem estar presentes no trabalho com requisitos estão:
- DOMÍNIO: o cliente conhece profundamente seu problema (mesmo que não consiga expressar), mas o domínio da solução normalmente está com um especialista.
- COMUNICAÇÃO: problema e solução normalmente não estão na mesma cabeça. É preciso ter um processo eficiente de ligação entre os domínios.
- RESOLUÇÃO DE CONFLITO: é preciso equilibrar as inúmeras necessidades conflitantes das partes interessadas.
- PRIORIDADE: nem todos os requisitos têm o mesmo grau de importância.
- MUDANÇA: tudo muda o tempo todo, inclusive a necessidade do cliente.
- AGILIDADE NÃO É PRESSA: é comum querer tratar da solução sem antes conhecer o problema.
- VERBALIZAÇÃO: nem tudo que o cliente deseja ele expressa oralmente, por não saber como ou por achar óbvio.
- TÉCNICA ADEQUADA: existem técnicas apropriadas para obtenção e validação de requisitos, dependendo das características encontradas.
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Roberto Paldês é pesquisador em Engenharia de Requisitos e professor universitário. Tem graduação e pós-graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Cursou o Mestrado em Educação e o MBA em Gestão Pública. Leciona na Graduação no Cursos de Administração e no Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do UniCEUB. Na mesma instituição é professor e coordenador dos Cursos de Pós-Graduação presenciais: MBA em Gestão Empreendedora em Projetos, MBA em Logística, MBA em Gestão Pública. Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0464191770045460 . Endereço no Linkedin https://www.linkedin.com/in/roberto-paldês-54a625a4