O Brasil ocupa a sétima posição em investimentos em Tecnologia da Informação (TI) no mundo e o primeiro lugar na América Latina, com 45% dos investimentos. O mercado interno de Software e Serviços coloca o país no oitavo lugar no ranking mundial com aproximadamente 2,9% do mercado mundial. E apesar da conjuntura econômica e política desfavorável nos últimos anos, o mercado brasileiro de TI continua crescendo gradativamente. Este perfil cria um mercado de trabalho que demanda por profissionais com conhecimentos atualizados e com aprimoramento constante. A formação de mão de obra qualificada, portanto, está incluída entre os principais desafios do setor de TI na atualidade.
Quem disse isso foi o cientista da Computação, Vinícius Dias Paldês, no Workshop de Engenharia de Requisitos – WER 2017, ocorrido em maio último, em Buenos Aires. Na oportunidade, ele apresentou seu estudo intitulado “A qualificação profissional do Engenheiro de Requisitos no Brasil”, a partir de uma amostra de mais de 4000 currículos, obtida em uma conhecida rede social de perfis profissionais, utilizando-se de uma ferramenta de sua autoria, para realizar essa extração de dados.
Este estudo traz um retrato do processo atual de qualificação dos profissionais de Requisitos. Como foram formados, qual a base acadêmica fornecida e que formação complementar tem sido adotada, foram as questões levantadas, partindo-se do pressuposto que, para fazer frente ao setor de software e serviços, a Engenharia de Requisitos deve oferecer recursos humanos capazes de contribuir para a identificação, análise, definição e validação dos requisitos para se construir e sustentar um produto de software de qualidade.
A conclusão deste trabalho identificou que os profissionais de requisitos atuam com reduzida formação acadêmica e específica em ER. Mas, 50% dos profissionais de Engenharia de Requisitos possui apenas a graduação concluída. Mensurou-se, ainda, a baixa incidência de busca por outras formas de aperfeiçoamento, como a certificação profissional na área de requisitos. Cursos específicos são recentes em profissionais atuantes. Entretanto, verificou-se também, que os profissionais com certificação profissional e/ou formação acadêmica específica em Engenharia de Requisitos demonstram uma empregabilidade média superior ao do próprio mercado de TI.
É um dado inusitado, pois o mercado de trabalho de TI exige “saberes técnicos formais, processos de atualização permanente, autodidatismo, além de um conjunto de competências e habilidades comportamentais”, como disseram Eliana Maria Ieger e Maria Aparecida Bridi, na Revista da ABET – Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (“Profissionais de TI: perfil e o desafio da qualificação permanente”).
A qualificação em ER pode ser sim, um diferencial competitivo importante no mercado de trabalho.
Até a próxima.
Fernando Guimarães é coordenador e professor do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Também é professor do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Engenharia de Requisitos do UniCEUB, nas modalidades presencial e a distância. Graduado em Engenharia Elétrica, com especialização Eletrônica, pela UnB – Universidade de Brasília, fez especialização em Análise de Sistemas na UCB – Universidade Católica de Brasília. Possui Mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação pela UCB – Universidade Católica de Brasília. Possui Certificação PMP – Project Management Professional, pelo PMI – Project Management Institute e Certificação CBPP – Certified Business Process Professional, pela ABPMP – The Association of Business Process Management Professionals. Toda a atividade profissional exercida foi em Projetos de Desenvolvimento de Software e em consultoria em Gerenciamento de Processos de Negócios.
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