O melhor do JAD: a bala de prata existe!

O melhor do JAD: a bala de prata existe!

Na tecnologia da informação é comum procurarmos a bala de prata. Aquela que com um único tiro certeiro, vai nos livrar dos nossos vampiros, ou seja, dos problemas que tiram o nosso sono. É provável que não exista essa tal bala de prata. Se existe, onde ela está?

Acompanhando nossa postagens, você tem visto que tenho falado sobre manter uma caixa de competências variadas. Tive a felicidade de incluir o JAD (Joint Application Design) na minha caixa de competência e o melhor do método já me salvou de situações difíceis. O JAD foi criado há mais de 40 anos para apoiar os projetos de desenvolvimento de sistemas e que continua muito popular. Por sua eficiência comprovada, os seus princípios ainda são muito estudados e aplicados no contexto da Engenharia de Requisitos.

Fato verídico – contexto
Meu chefe recebeu um telefonema de um importante cliente solicitando o desenvolvimento de um novo sistema. O cliente informou sua necessidade de forma sintética e meu chefe solicitou que ele colocasse em duas ou três páginas mais detalhes do que pretendia. Para facilitar o trabalho, prometeu que enviara o seu Engenheiro de Requisitos (eu!) para ajudar a definir mais claramente sua pretensão.

Desânimo e desconfiança
O cliente desanimou, já que imaginava que o trabalho iniciaria logo com o desenvolvimento de uma solução. ”Isso de documentar demora, vamos passar semanas discutindo, fazendo papel…” Tranquilizei o usuário esclarecendo que teríamos reuniões extremamente objetivas e que, com poucas horas de trabalho, teríamos um trabalho excelente. E conseguimos! Como?

JAD – o melhor da técnica
Solicitamos ao cliente para reunir em representantes da sua área técnica, administrativa e diretamente ligados ao novo sistema. Acertamos três reuniões de trabalho com até 3 horas de duração: uma de preparação, uma sessão de trabalho e, finalmente, uma reunião de revisão.

                  Figura 1 – As fases dos JAD

Conforme preconiza o JAD, na primeira reunião (Preparação) explicamos os fundamentos da técnicas, definimos uma agenda de trabalho, confirmamos os participantes e definimos o que seria necessário para a sessão de trabalho.
Na sessão de trabalho realizamos a entrevista de grupo, cobrindo os itens que haviam sido definidos na agenda. No caso priorizamos a identificação da motivação, da descrição do problema, da definição de objetivos, recursos disponíveis, restrições e premissas. Claro que esses itens podem variar conforme o que se deseja, mas eram bem adequados ao contexto citado.
Muita coisa deve ser estudado e cuidado durante o JAD, mas o melhor da metodologia (anote aí!) está em:

  • reunião das partes interessadas (stakeholders) no mesmo horário e local
  • patrocínio e prestígio da alta gerência
  • uso de técnicas de visualização
  • livre expressão de ideias 
  • desenvolvimento do comprometimento
  • busca do consenso

Na reunião de Revisão, estivemos com a alta gerência do cliente e da minha organização para apresentarmos e validarmos os resultados gerados.

É preciso conhecer maiores detalhes sobre o JAD antes de você começar a realizar um emprego mais efetivo. A nossa experiência te indica os seguintes passos:

  1. Leia um bom livro sobre o tema;
  2. Procure participar como observador em um projeto que já use o JAD;
  3. Escolha um projeto piloto na sua empresa para iniciar a utilização da metodologia;
  4. Incorpore o uso regular na sua empresa.

E não esqueça de compartilhar conosco a sua experiência. Como fiz aqui nessa postagem, mostrei como o JAD já foi usado como a minha bala de prata. Desde então, passou a ser a minha técnica favorita. A bala de prata não é uma lenda, ela existe.

Até a próxima!