Quem não tem fumo, não faz trato com cachimbo

Quem não tem fumo, não faz trato com cachimbo

Esse é um dito da sabedoria popular e, evidentemente, não estamos falando de fumo, nem de cachimbo. Estamos falando de comportamento profissional em relação a contratos formais ou informais, de um trato ou acordo.

A Lucia Cristina, integrante da nossa REde, defende que: “Sem o insumo do fumo, a funcionalidade do cachimbo estará perdida. O fumo pode ser regras de negócio não suficientemente claras. O que seria do cachimbo sem fumo ? O que seria dos requisitos sem especificação clara, sem informação precisa das reais necessidades?”

São muitas as dimensões a serem exploradas e no caso foi destacada a indissociabilidade entre as funcionalidades, as regras de negócio, as especificações claras e as informações precisas.

Os requisitos e o negócio são inseparáveis.

É como pensar em goiabada sem queijo.

Quero chamar a atenção para a questão dos compromissos. Quando você realiza um contrato, profissional ou pessoal, gera muitas expectativas. É claro que alguns riscos estão sempre incluídos em um acordo, mas não é uma atitude profissional deixar de apontar esses riscos.

Podemos falhar em nossos compromissos por erro nas nossas estimativas. Estão disponíveis, entretanto,  estudos especializados de como chegar a resultados bastantes aproximados da realidade. Isso enfraqueceria uma argumentação de “erro de boa-fé“.

Ao mesmo tempo, todos nós conhecemos profissionais  que se comprometem com aquilo que não podem cumprir. Muitas razões apresentam para essa atitude, tentando se esquivar da denúncia de falta de ética: “se eu falar a verdade, vou perder o contrato”, “o concorrente está apresentando previsões excessivamente otimistas e eu preciso desse cliente“, “vamos apresentar as previsões que o cliente quer ouvir, depois pedimos um aditivo ao contrato”. 

Então, voltamos à nossa interpretação do tema, “Quem não tem fumo, não faz trato com cachimbo“. Na dimensão de uma falsa e premeditada informação errada, podemos dizer: se você não tem insumos, não garanta resultados. Se você sabe que não vai poder cumprir o que afirmou, não entre no negócio.

Sua palavra vale mais que qualquer lucro financeiro imediato. 

A longo prazo, você só tem a ganhar sendo verdadeiro, técnico e preciso. Mostre a seu cliente que você está se baseando em dados concretos para gerar expectativas realistas. Não tenha medo de perder clientes por ser absolutamente ético, mesmo que muitos (ou a maioria) prefiram não agir assim.

Como cliente, observe seus parceiros. Ele tem algo a perder? Quero dizer, ele tem “cachimbo” para entrar no negócio? Quem não tem nada a perder não é um aliado confiável. 

O que você pensa a respeito?