Tudo tem requisito. O que muda, então?

Os autores Dean Leffingwell e Don Widrig sugeriram a seguinte classificação de tipos ou categorias de software:

  • Sistemas “Encapsulados”, “embutidos” ou embedded
  • Sistemas Comerciais
  • Sistemas de Informação

E acrescentam que as características diferenciadas destes três tipos são extremamente diversas.

Os sistemas do primeiro tipo, embedded, são aqueles que são completamente encapsulados nos dispositivos por eles controlados. Podemos citar os aplicativos que viabilizam o funcionamento de equipamentos, como por exemplo, computadores de bordo de automóveis, equipamentos eletrônicos, placas de computador, etc.

Os sistemas comerciais definem aquele conjunto de aplicativos ou softwares que podemos adquirir gratuitamente ou pagando por eles, mas que oferecem os mesmos recursos para quaisquer usuários. Planilhas eletrônicas, editores de texto, jogos digitais, sistemas operacionais, entre outros, são exemplos desta categoria.

Já os sistemas de informação envolvem o processamento e a geração de dados importantes para subsidiar tomadas de decisão. Implementam regras, políticas e procedimentos. E entendem as pessoas ou atores como partes integrantes desse sistema.

Para construir qualquer exemplo dessas três categorias, é claro, precisamos identificar os requisitos. Ou seja, as técnicas de Engenharia de Requisitos podem ser aplicadas, em sua maioria, aos três tipos de software.

Os procedimentos diferem, basicamente, no processo de análise do problema.

Para as aplicações do tipo Sistemas “embutidos”, os autores sugerem a aplicação de técnicas de engenharia de sistemas: compreender a aplicação e seus problemas, compreender o ambiente de operação (hardware), “extrair” o máximo do dispositivo e convergir para uma solução integrada que garanta o uso adequado deste equipamento.

Para as aplicações do tipo Sistemas Comerciais, os autores sugerem a aplicação de técnicas de análise do tipo: identificação de oportunidades de mercado, identificação de categorias de usuários em potencial e suas necessidades, compreensão de demanda e definição dos recursos que este produto vai oferecer.

Agora, para as aplicações do tipo Sistemas de Informação, os autores sugerem a aplicação de técnica de Modelagem de Negócio:

  • Compreender a estrutura e a dinâmica existente na organização que utilizará o sistema
  • Garantir que o cliente, usuários e desenvolvedores tenham uma compreensão comum sobre a organização e seus processos
  • Compreender como o novo sistema facilitará seus processos

Portanto, já sabíamos que toda aplicação ou software precisa do processo de análise e identificação de requisitos. Mas, dependendo da categoria deste software, este procedimento é bem distinto.

Nas próximas oportunidades, vamos falar mais sobre a Engenharia de Requisitos com orientação para os processos de negócio como uma abordagem que pode ser muito eficiente para a Análise de Requisitos.

Até lá.